Categoria: Rodovias
18/05/2015
Por Catarina Alencastro e Danilo Fariello | O Globo
BRASÍLIA — A presidente Dilma Rousseff confirmou nesta segunda-feira que o programa nacional de investimentos em infraestrutura e logística será lançado no próximo mês. Ao anunciar a nova concessão da ponte Rio-Niterói, Dilma disse que o negócio encerra a primeira fase de concessões federais e é um prenúncio dessa nova etapa que começará. A partir de 1º de junho, a Ecoponte será responsável pela ligação de Niterói ao Rio, cobrando um pedágio mais baixo, de R$ 3,70, contra os atuais R$ 5,20.
— Por todos os lados que se olha, a ponte tem uma melhoria operacional e, ao mesmo tempo, agregando à cidade novos benefícios. Essa é a última concessão da primeira fase do projeto de concessões do governo federal. Nós vamos entrar na segunda fase do programa de concessões, que nós esperamos lançar em junho. E acreditamos que terá o mesmo sucesso que o primeiro teve. Hoje é um dia especial. Transitar para a segunda etapa de concessão é algo importante, que mostra que no Brasil nós temos maturidade suficiente para ter um projeto de concessão que foi respeitado, que as regras foram cumpridas, que não houve nenhum desequilíbrio nos contratos. Significa que o projeto de concessão brasileiro é credível e forte — discursou Dilma, na cerimônia no Palácio do Planalto.
Dilma comentou que a nova concessão da ponte Rio-Niteroi vai desafogar o trânsito nas duas cidades, por conta das obras que serão feitas para melhorar o acesso à ponte. E também classificou como "justo" o valor, mais baixo, do pedágio.
O ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, destacou que, a partir do próximo ano, a concessionária Ecoponte, do grupo Ecorodovias, promoverá os investimentos em melhorias no acesso à ponte, previstos no contrato de concessão.
— Estaremos atentos aos compromissos assumidores pela concessionária — disse Rodrigues.
Os investimentos nos primeiros cinco anos são na remodelação das conexões com a cidade Rio de Janeiro, Linha Vermelha e avenidas Brasil e Portuária, e no lado de Niterói, o chamado mergulhão, que vai melhorar a fluidez da conexão da ponte com a cidade, além do acesso à BR-101 no sentido do litoral Norte do Rio — disse José Carlos Cassaniga, diretor-presidente da Ecoponte.
Para o secretário de Transportes do estado do Rio, Carlos Roberto Osório, a assinatura do contrato assegura investimentos no “principal nó” de mobilidade da região metropolitana.
— Hoje é um dia extremamente importante para o estado do Rio. O problema da ponte não é a capacidade em cima dela, mas a do acessos. Essa nova concessão traz investimentos de R$ 1,3 bilhão de investimentos em obras para melhorar o acesso, tanto do lado do Rio, quanto do lado de Niterói, o que vai propiciar o desafogamento da ponte — disse Osório.
Segundo o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, as obras de melhoria são esperadas há anos pelos niteroienses. A Prefeitura, segundo ele, vai procurar agilizar as licenças ambientais e viárias para acelerar o início das obras, previsto para 2016
— A ponte virou um suplício para niteroienses por causa de trânsito. Com esse investimento definido, vamos reduzir muito o congestionamento sobretudo no horário do “rush” no acesso à ponte, pelo mergulhão na Renascença. — disse Neves.
Segundo Osório, o Estado do Rio está pleiteando ainda recursos junto ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para duas novas obras nos arredores da ponte em valor de R$ 250 milhões, que poderiam melhorar o acesso à ponte. Essas obras, já apresentadas ao ministro dos Portos e à Presidência da República, seriam um novo mergulhão para passar por baixo do BRT Transbrasil e chegar ao acesso ao portão 21 do porto e ainda um novo investimento na região do Caju.
CONCORRÊNCIA NA LIGAÇÃO RIO-NITERÓI
Com a nova concessão da Ponte, a administração do trecho deixa de pertencer à CCR para ser responsabilidade do grupo EcoRodovias. Com isso, poderá haver uma maior competitividade entre as formas de acesso entre Rio e Niterói, uma vez que a CCR também administra as barcas, avalia Osório.
— Agora vai haver competitividade maior. A concorrência será positiva — disse Osório.
— Existia na cabeça de muitos cidadãos uma certa dúvida no fato de ter uma mesma concessionária administrando a ponte e as barcas. Essa dúvida acabou — disse Neves.
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