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Notícia

Caminhões em greve prejudicam cabotagem

Categoria: Rodovias

05/03/2015

Por Murillo Camarotto | Valor Econômico

 Vital Lopes, da Log-In: "No transporte de longa distância, a cabotagem oferece preço mais interessante ao dono da carga e mais rentabilidade ao caminhoneiro"
Concorrente do transporte rodoviário de cargas, especialmente nos fretes de longa distância, o setor de cabotagem também está sofrendo com a mobilização recente dos caminhoneiros. Com o bloqueio de vias que dão acesso a alguns dos principais portos do país, embarcações não podem ser carregadas, o que tem inviabilizado a movimentação de uma série de itens. Com vistas a ampliar sua fatia na cadeia logística nacional, o setor aguarda o lançamento do programa de cabotagem prometido pelo governo federal. O Valor apurou que o plano vai incentivar a integração entre caminhões e navios, por meio de um sistema internacionalmente conhecido como "roll-on/roll-off".

Comum na Europa, o modelo consiste basicamente no transporte, por navios específicos, de caminhões carregados. A ideia, segundo uma autoridade da Secretaria Especial de Portos (SEP), visa estimular o crescimento da cabotagem sem prejudicar demasiadamente os caminhoneiros. O incentivo ao sistema vai fazer parte do programa federal de cabotagem, que está previsto para ser lançado em julho deste ano.

O pacote está sendo coordenado pela SEP com o apoio técnico do Banco Mundial e conta com a participação dos ministérios dos Transportes, Planejamento e Fazenda, além da Casa Civil. A Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac) também está colaborando com as discussões.

Uma das principais operadoras do país, a Log-In aproveita o cenário de prejuízos causados pelas paralisações dos caminhoneiros para ressaltar o papel que a navegação pode ter em um momento como o atual. "Essa é a oportunidade para falarmos que a cabotagem é a solução estrutural para o que estamos vivendo. No transporte de longa distância, a cabotagem oferece um preço mais interessante ao dono da carga e maior rentabilidade ao caminhoneiro", argumenta o presidente da empresa, Vital Lopes.

Ele explica que um navio grande carrega quase 3 mil contêineres e que essa carga demanda muitos caminhões para ser distribuída em fretes de menor distância - que por sua vez oferecem margens de ganho mais elevadas. Como exemplo, ele diz que um navio com televisores que sai de Manaus rumo a Santos precisa de caminhões para levar os aparelhos até um grande centro de distribuição que fica em Cajamar (SP). "O caminhão cobra cerca de R$ 1,9 mil pelo trajeto, que tem 140 km e pode ser feito três vezes por dia. Quando ele leva uma carga de Santos até a Bahia, cobra R$ 3 mil e fica com o caminhão ocupado por pelo menos uma semana", explica o executivo. "A taxa de utilização desse ativo pode ter mais rentabilidade nos trajetos de curta distância. Isso é uma solução estrutural para o que estamos vivendo hoje", ele completa.

De acordo com Vital, os maiores problemas vividos atualmente pela Log-In estão nos portos de Paranaguá (PR), Rio Grande (RS) e Salvador. O bloqueio dos acessos a esses terminais inviabilizou nos últimos dias o transporte de arroz, carne resfriada, móveis, autopeças, petroquímicos, cobre e produtos eletrônicos. O executivo garante que o setor de cabotagem tem capacidade para absorver cargas do transporte rodoviário e espera que o programa do governo ajude.

Para viabilizar o sistema "roll-on/roll-off", o governo e as empresas terão que providenciar antes a infraestrutura própria para esse tipo de operação, o que não deve acontecer no curto prazo. Quem alerta é o presidente da Abac, Cléber Lucas, que vê a iniciativa como algo "de terceira instância" entre as principais necessidades do setor. De acordo com ele, o sistema que o governo quer incentivar é bastante usado na Europa, onde há "farta infraestrutura" para este fim.

"Acredito que estejam estudando modelos adequados para o Brasil. Agora, começar do zero me parece um trabalho de terceira instância", afirma o dirigente. Na sua avaliação, a simplificação da burocracia e a eliminação de distorções já podem trazer ganhos de curto prazo para a cabotagem. "O segundo passo é construir a infraestrutura, uma ação feita com visão de médio e longo prazo. Para ter uma ideia da distância que estamos da Europa, por lá esse sistema (roll-on/roll-off) é feito pensando na redução da emissão de poluentes."

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